O Dia

| sábado, 5 de fevereiro de 2011

Hoje morri,

de espírito e de corpo.


Hoje junto-me aos miseráveis,

aos trastes da sociedade,

morre-me a vontade de viver.


Surgem-me vontades,

de desaparecer...desvanecer.


Provocador da mágoa alheia,

prevaricador de sentimentos,

ignóbil e despido de razão.


Cumpre-se o primordial objectivo,

o de perecer.


Hoje,

é o dia,

do qual anseio à muito.


Tocarão sonatas,

dirão frases feitas,

honrarão textos em meu nome.


Tão falsos quanto eu,

que desaparecem como o meu sopro.


Das lágrimas desesperantes

cai em mim o peso do passado,

Cai hoje, mas só hoje.


Serei eu matéria,

que num acto sublime desvanece,

memórias destruídas...corrompidas.


Nunca zangado,

sem mágoas ou ódios.


Despido de arrependimentos,

hoje morri para mim.

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