Na trivialidade e monotonia dos dias passados na urbe, recordo os tempos de Vila, num regresso inesperado à infância, dou comigo na tentativa de congelar o tempo, de parar aquela imagem de menino nas ruas do Castelo, olhando lá em cima o calor acolhedor do avô Reboredo. Tempos distantes que na altura pareciam comuns e monótonos, talvez devido ao ímpeto da juventude, ocorria em mim a vontade inexpugnável de partir em busca de novas descobertas, conhecer outras paragens, sentir o movimento e azáfama do mundo citadino. Voltando ao presente e acordando da divagação, dou comigo nessa realidade, a Urbe, a tão desejada agitação...a emoção...mas será? Agora cumprido esse desejo, dou comigo a sonhar, não com o cimento armado, as luzes e a excitação, mas sim com as ruas estreitas, a serra, o rio e a imponência da Igreja Matriz, recordo com saudade as corridas e brincadeiras de menino na Corredoura onde todos éramos índios e aventureiros. Na maturidade do meu ser descobri o meu maior tesouro, a minha transmontaneidade, o "eu" que represento está plantado nas raízes que me viram crescer. Sinto e sei que o meu "eu" está presente com os que amo, preso à terra que venero, estou longe e não te vejo, mas amo-te...Não te toco mas sinto-te, não te oiço, mas sei que tu me ouves. Terra minha que me vistes nascer na verdade não te quero...amo-te.
Marco Deus,
10-05-2009, Braga
Marco Deus,
10-05-2009, Braga
2 comentários:
É Bom saber que ainda existe alguém que goste muito desta terrinha. Minda
Bem captadas estas váriadades de cores do arco iris.
Acabei de adicionar "O Corvo Intruso", no meu Blogue.
Um abraço!
Jorge Delfim
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